domingo, 24 de abril de 2011

Vinho como investimento: 5 dicas básicas


O investimento em vinhos é um ramo muito lucrativo e rentável, mas não menos complexo! Alguns especialistas estimam que, em projetos bem-sucedidos, o retorno pode chegar a 30%. Se pensarmos apenas nos montantes, a primeira idéia é que realmente é um mercado atrativo...
Mas claro, quando pensamos no vinho como uma ação ou como um investimento, temos que sempre ter em mente que, ao mesmo tempo em que estão sujeitos a valorização, o inverso também pode acontecer. E, quando não uma preocupante desvalorização, você poderá encarar uma performance muito mais modesta do que o esperado/necessário... Mas em meios as cifras aparentemente positivas, começam a entrar uma série de fatores que influenciam, e muito, no lucro final em cima do produto.
            Primeiro e mais simples: aquisição do vinho. Você terá gastos relacionados a todo o processo de compra e recebimento do produto. Neste meio teremos uma série de impostos, pagamento relativo ao seu importador, e por ai em diante.
            Além disso, temos que lembrar da importância do armazenamento do vinho. Caso você não tenha as condições ideais, você estará automaticamente desvalorizando o seu produto... Há lugares específicos para isso, mas no exterior. Em Londres, por exemplo, o custo para armazenar uma caixa de 12 garrafas gira em torno de 6-10 libras. Em 5 anos, esse pequeno valor poderá ser representativo (chegando a 5% sobre o preço da aquisição, variando de acordo com o preço do produto e mais influenciável em vinhos de preço mais acessível).
            E no final da nossa cadeia simplificada: você precisará vender o vinho. A partir daí, geralmente os empresários que lidam com esta área contratam uma empresa para o leilão. Você pretende escolher uma casa reputada de leilões? Pois bem, o mestre leiloeiro irá arrematar cerca de 10% sobre o preço de venda dos seus produtos...
            Resumimos assim: gastos com a aquisição dos seus produtos, transporte, novamente os impostos de importação, taxa relacionada ao seu importador, os eventuais impostos (que não são poucos), gastos com divulgação, cerimônia de leilão... ufa! Tem muito mais por aí... Isso nos deixa claro que realmente não é um ramo fácil (mas melhor assim, senão todos fariam, certo?). Quantos nos resta?
            Após sua devida análise crítica e um estudo bem mais detalhado no assunto (mais do que a simples abordagem que trouxe aqui) você decidir entrar no ramo, aqui vão CINCO dicas básicas para sempre ter em mente. Lembrando que não sou economista, publicitário ou vendedor, então a minha idéia aqui não é preparar ninguém para um trabalho como este, mas apenas informar e pensarmos juntos neste assunto. Aqui vão:

 1. Estudo crítico e minuncioso:
Análise de investimento e risco, gastos de toda a cadeia desde a compra a venda, lucros de retorno a longo e médio prazo. Reflexões como estas podem ajudar: O que eu quero, como eu quero, qual o meu público (e quanto eles poderão pagar), quanto quero e, claro, quanto posso pagar...
Os estudos no papel fazem com que o planejamento o deixe preparado para futuras variações. Aqui colocamos uma situação crucial: Análise de mercado. Vejamos um exemplo prático:
Neste ano estão surgindo as primeiras notas e matérias sobre a prometida safra 2010 de Bordeaux, que tudo indica que será muito aclamada (aqui uma pequena revisão). Acho que todos sabem o que quer dizer um ano superlativo para Bordeaux: altos custos. Desta forma, visar vinhos assim é de grande importância, a partir das primeiras notas de degustação, do que foi plantado, do estudo do clima, chuvas e incidência de sol ao longo do amadurecimento das uvas...
O vinho como investimento, ou para o futuro, deve ser visto como um produto adquirido muito cedo, ainda durante o seu processo, antes de serem engarrafados e oferecidos ao público. Os preços são definidos após a sua prova nos barris (geralmente na primavera, após a colheita).

2. Compre apenas de comerciantes e vendedores renomados e de reputação impecável:
Equipe? Com quem vou trabalhar? Quem serão os apoios ao longo de todo o processo? Isso é de suma importância, pois isso será diretamente repassado ao sucesso do seu empreendimento. Ao mesmo tempo, estrutura física é importante, para que isso possa ser passado aos futuros clientes, gerando segurança e confiança, aquela imagem de inabalável...
            Resultado: trabalhe com os melhores.

3. Compre apenas os melhores.
            O seu produto é a sua imagem. Compre os renomados, como os premier cru: Chateau Lafite Rothschild, Chateau Margaux, Chateau Latour, Chateau Haut Brion, Chateau Mouton Rotschild. Eles são caros, mas tornam o seu negócio mais propenso ao sucesso e estabilidade.
            Mas não se feche apenas a eles, saiba o que realmente tem potencial. Uma boa e ampla análise, contato com pessoas do ramo e vendedores astutos poderão guiar seu caminho.

4. Tenha muita paciência.
            Desde a aquisição até os primeiros resultados leva muito tempo. Serão, em média, dois anos entre a compra e recebê-lo na garrafa. E depois disso, provavelmente, mais 10 anos ou mais para poder consumir...

5. Lembre-se sempre que, como um investimento, o valor do seu vinho pode aumentar, diminuir ou permanecer igual.
            Nesta etapa há um envolvimento das variáveis mais diversas, desde o balanço da economia ao longo do tempo até o momento em que se bate o martelo para a venda, sua qualidade e valorização com o passar dos anos, a reputação de seu negócio e os clientes em potencial que atraiu para ele, etc.
            Espere para vender, mas esteja pronto para fazê-lo assim que necessário. Quanto maior o investimento inicial, maior seu retorno.
            Lembre-se que, como qualquer investimento, tem seu risco associado. A combinação de diversos fatores citados aqui poderá colaborar para o sucesso do seu investimento. 
            Neste caso, boa sorte.


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