Mesmo para os consumidores regulares e
mais experientes, a interpretação de alguns rótulos e das classificações que
trazem pode ser duvidosa. Um rótulo pode ser interpretado como um bom livro
resumido, pois traz informações sobre as uvas utilizadas, onde foram
cultivadas, qual o conteúdo alcoólico, informações sobre embalagem, tempo de
colheita, informações do produtor sobre o vinho e tantas outras coisas. Apesar
do grande clímax caber a você, durante a própria degustação, uma questão sempre
duvidosa pode surgir no rótulo: A certificação ou denominação ou classificação
de origem...
Para entendermos um pouco mais sobre
isso, vamos pegar uma garrafa de vinho italiano para compreendermos o que
significam as siglas comumente estampadas DOCG, DOC, IGT (com base nas
espeficações e regras), de forma resumida e básica.
Para você, é verdade que quanto mais
ilustre a certificação, melhor o vinho? Muitos consumidores acham que sim. E
ainda quando vêem que o preço de uma garrafa DOCG é encontrada por três vezes
mais que um vinho IGT, eles acabam confirmando a suspeita. A minha dica é, se
você pensa assim, segure o cartão antes de gastar pela garrafa e vamos entender
um pouco mais sobre o assunto.
DOCG: Denominazione
di Origine Controllata e Garantita
Esta é a denominação que todo vinho
italiano aspira, pois significa que o enólogo seguiu parâmetros e normas muito
restritos durante a criação do vinho. Foi criada para homenagear as tradições
vinícolas da Itália, onde em algumas áreas do país se utiliza apenas alguns
tipos de uvas para se criar um vinho com estilo específico.
Um exemplo clássico é o Chianti Classico,
que trouxe no nome a chamada, produzido em Chianti, na Toscana, com uma
proporção ideal de uvas Sangiovese e envelhecido de maneira controlada para que
possa se encaixar nesta classificação.
No entanto, apenas isso não é o
suficiente, pois para ganhar o “Garantia” do título, o vinho ainda deve passar
pela aprovação de uma comissão de certificação de autenticidade e de qualidade.
Como resultado, a quantidade de vinhos e a diversidade são restritos e, como já
era de se esperar, você vai pagar caro por eles.
DOC: Denominazione di
Origine Controllata
No próximo nível vem o DOC, criado em 1963,
visando estabelecer e manter a qualidade do produto de reputação nacional.
Atualmente, são vinhos mais facilmente encontrados e disseminados. Estes vinhos
seguem os critérios do estilo em que são rotulados, como a área apropriada, utilizando
as uvas corretas e produzidos seguindo métodos apropriados. Ou seja, isso pode dizer
que os viticultores utilizaram as mesmas técnicas e receitas preconizadas da
região com as mesmas variedades de uva. Nestes casos, você pode estar certo do
que esperar quando abrir a rolha.
IGT: Indicazione Geografica Tipica
A IGT, por sua vez, é um parente recém-chegado as classificações do vinho
italiano e indicada para vinhos de uma região específica dentro do país.
Lançada em 1992, a nomeação foi criada para dar respeito a uma nova classe de
vinhos da Itália, comumente conhecidos como os “Super Toscanos”. Resumidamente,
na década de 1970 alguns enólogos não seguiram as tradições propostas e, meio
como quem não quer nada, adicionaram novas variedades a suas misturas, como as
uvas francesas Merlot e Cabernet Sauvignon. O resultado foi um vinho rico, complexo
e que muitos amavam pois não se encaixavam nas normas DOC sendo, na época,
identificados como vinhos de mesa. À medida que sua popularidade e preço
cresciam, a humilde classificação parecia deslocada e, rapidamente, todo vinho
que não se encaixavam nos padrões típicos Italianos foram identificados como
IGT.
- Para ficar claro: A principal diferença entre um DOC e DOCG é que, este
último, deve passar pelo teste cego de qualidade para garantir os
requerimentos legais para ser assim designado. Desde 1992, quando foram criadas
novas regras, foram também impostos novos requerimentos e exigências para os
DOCG, como a produção de uvas por hectare e nível mínimo de álcool natural,
entre outros. O objetivo de tudo isso é de incentivar os produtores a se
concentrar em fazer um vinho de qualidade.
- Estima-se, a partir dos dados mais recentes coletados entre 2006-2010, que
atualmente haja 120 zonas de IGT, 311 DOC e 32 denominações DOCG.
Como podem ver, nem sempre as letras mais extravagantes são do melhor
vinho, isso nem sempre vai soar verdadeiro. Há, por exemplo, toscanos rotulados
como IGT e melhor classificados que alguns DOCG.
Assim como não podemos julgar um livro pela capa, também não podemos
julgar um vinho pelo seu rótulo. O melhor mesmo é saber o que se encaixa melhor
ao seu gosto...
Gustavo,
ResponderExcluiracabo de inserir o link do Histórias e Vinhos no menu do VPT.
seu blog é muito bem escrito. Parabéns.
gostei da página destinada à CBE.
Saúde!
Gil Mesquita
www.vinhoparatodos.com
Olá Gil, obrigado pela visita, pela inserção do link e pelo elogio.
ExcluirEstou sempre acompanhando o VPT.
Grande abraço e bons vinhos,
Gustavo
[Histórias e Vinhos]
Parabéns pelo seu blog,muito bom.
ResponderExcluirOlá Elessandra, obrigado pela visita e pelo comentário positivo!
ExcluirFico feliz que tenha gostado, o espaço está sempre aberto!
Bons vinhos,
Gustavo
[Histórias e Vinhos]