terça-feira, 15 de maio de 2012

Quem será o novo Robert Parker? Ele mesmo responde...

Eu começo este texto com uma afirmação que tenho visto por aí: Parker disse “au revoir”. É bem verdade que muitos discutem a saída de Parker da grande cena e a perda de sua influência pode ser confirmada quando vemos que muitos já não dão tanta importância para os letreiros garrafais que estampam o “RP” em suas divulgações. E eu me pergunto, será mesmo?
O próprio, Robert Parker, concedeu uma entrevista recentemente ao site Liv-Ex, onde foi questionado sobre quem seria o seu futuro sucessor como crítico da região de Bordeaux. Parker deu a entender que Neal Martin poderia substituí-lo no futuro na The Wine Advocate. Mas calma, ele acrescentou: “Eu não acho que vocês devem se preocupar sobre sucessor pelos próximos cinco anos”. 
Ainda que tenha feito bons elogios à evolução do jovem de sua equipe, concluiu dizendo: “Eu quero que ele continue fazendo o que está fazendo. Não quero prometer-lhe o trabalho. Quando o dia chegar, se é daqui a cinco anos ou mais, veremos. Se for aberta uma competição, Neil provavelmente terá uma vantagem por fazer parte do círculo”.
Durante a entrevista, os temas ainda passearam pelo seu entusiasmo com o trabalho e com o seu próprio consentimento de que seu papel está mudando pouco a pouco com o grande número de provadores que se juntaram a equipe recentemente.
Quando questionado sobre os recentes escândalos de Pancho Campo e Jay Miller, ele disparou em tom de culpa e longínqua auto-punição:
- Eu tenho que contratar e gerenciar pessoas e eu estou aprendendo coisas boas e ruins sobre isso. Estou aprendendo sobre supervisão e comunicação. Para mim é um desafio tomar parte da culpa do que aconteceu com os dois. Apesar de não termos acesso ao relatório final da investigação, devo assumir que não supervisionei Jay Miller da forma eficaz que deveria.
Quando o assunto foi vinho, degustações e críticas, ele acrescentou que atualmente está trabalhando com safras de 1995 e 1996 de Bordeaux. Como a de 96 está “vivendo suas esperanças”, já com a de 95 provando um “perfil severo e austero”. Além de Bordeaux, ele mostrou entusiasmo com os vinhos da Argentina, especialmente os de Malbec. E concluiu que está ficando empolgado com o trabalho que o Chile vem realizando com Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir. E pra finalizar, a Espanha foi definida como o “gigante adormecido do Mediterrâneo”.
Parker está com o pé no chão e as taças na mão. Sobre isso, como vocês viram neste trecho, a conclusão básica é que este tempo de cinco anos foi insistentemente repetido pelo crítico de vinhos. Será que o futuro da crítica do vinho, para Parker, será no estilo “vocês vão ter que me engolir?”

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