Eu começo este texto
com uma afirmação que tenho visto por aí: Parker disse “au revoir”. É bem
verdade que muitos discutem a saída de Parker da grande cena e a perda de sua
influência pode ser confirmada quando vemos que muitos já não dão tanta
importância para os letreiros garrafais que estampam o “RP” em suas
divulgações. E eu me pergunto, será mesmo?
O próprio, Robert
Parker, concedeu uma entrevista recentemente ao site Liv-Ex, onde foi
questionado sobre quem seria o seu futuro sucessor como crítico da região de
Bordeaux. Parker deu a entender que Neal Martin poderia substituí-lo no futuro
na The Wine Advocate. Mas calma, ele acrescentou: “Eu não acho que vocês devem
se preocupar sobre sucessor pelos próximos cinco anos”.
Ainda que tenha feito
bons elogios à evolução do jovem de sua equipe, concluiu dizendo: “Eu quero que
ele continue fazendo o que está fazendo. Não quero prometer-lhe o trabalho.
Quando o dia chegar, se é daqui a cinco anos ou mais, veremos. Se for aberta
uma competição, Neil provavelmente terá uma vantagem por fazer parte do círculo”.
Durante a entrevista,
os temas ainda passearam pelo seu entusiasmo com o trabalho e com o seu próprio
consentimento de que seu papel está mudando pouco a pouco com o grande número
de provadores que se juntaram a equipe recentemente.
Quando questionado
sobre os recentes escândalos de Pancho Campo e Jay Miller, ele disparou em tom
de culpa e longínqua auto-punição:
- Eu tenho que
contratar e gerenciar pessoas e eu estou aprendendo coisas boas e ruins sobre
isso. Estou aprendendo sobre supervisão e comunicação. Para mim é um desafio
tomar parte da culpa do que aconteceu com os dois. Apesar de não termos acesso
ao relatório final da investigação, devo assumir que não supervisionei Jay
Miller da forma eficaz que deveria.
Quando o assunto foi
vinho, degustações e críticas, ele acrescentou que atualmente está trabalhando
com safras de 1995 e 1996 de Bordeaux. Como a de 96 está “vivendo suas
esperanças”, já com a de 95 provando um “perfil severo e austero”. Além de
Bordeaux, ele mostrou entusiasmo com os vinhos da Argentina, especialmente os
de Malbec. E concluiu que está ficando empolgado com o trabalho que o Chile vem
realizando com Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir. E pra finalizar, a
Espanha foi definida como o “gigante adormecido do Mediterrâneo”.
Parker está com o pé no
chão e as taças na mão. Sobre isso, como vocês viram neste trecho, a conclusão
básica é que este tempo de cinco anos foi insistentemente repetido pelo crítico
de vinhos. Será que o futuro da crítica do vinho, para Parker, será no estilo “vocês
vão ter que me engolir?”
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