quarta-feira, 8 de junho de 2011

Robert Parker dispara: “Os preços dos vinhos de Bordeaux estão difíceis de engolir!”

Robert Parker, um dos críticos mais renomados no mundo do vinho, está alarmado com o alto preço dos vinhos de Bordeaux, e dispara: “Os preços de Bordeaux estão difíceis de engolir”. Ele discute, em entrevista para a AFP, que o principal problema é que os franceses estão focando muito seus negócios no mercado Asiático e, com a alta dos preços, a própria região pode ser prejudicada no futuro. “Apenas pelas pessoas associarem os vinhos da região a preços exorbitantes, eles já estão danificando sua imagem”, disse ele.
De fato, este namoro com o mercado asiático está fazendo com que os valores subam a valores inimagináveis. A China é um país emergente e uma parte da população é muito rica, e todo este jogo perigoso iniciado pode ser muito abalado pela economia mundial, que é, no mínimo, muito frágil. Eu me arrisco a dizer que os Bordeaux são como as mulheres mais desejadas do mundo, e a onda que podem causar na economia mundial está mais parecendo uma irmã frágil. Paralelo em tom de brincadeira, mas que deixa rastros de verdade, meu caro leitor.
Robert Parker dá uma pista interessante quando relata que “seria uma jogada inteligente dos Chateaux franceses venderem a safra de 2010 por um preço de 10 a 20% menor do que a aclamada safra de 2009, que chegou a preços recordes”. Este sim seria um sinal positivo para os consumidores e para o mercado do vinho, não nego, pois se os preços vierem ainda maior que a safra anterior, a crise poderá ser o resultado certo.
É interessante pensarmos no fato de que, por hora, ele está dando sua crítica a respeito dos preços que estes vinhos poderão atingir mas, ao mesmo tempo, suas notas e avaliação são um dos fatores que também colaboram para esta elevação do preço e para o posicionamento destes vinhos no mercado internacional. Ele deixou sua relação neste aspecto clara, do tipo “estou ciente desta influência, mas não há nada que eu pudesse fazer, apenas é o meu trabalho”.
Ele criticou que quando estava, recentemente, em Bordeaux, argumentou com alguns produtores que os preços podem até subir, mas isso automaticamente transferiria sua posse para o mercado do oriente. A resposta vem em suas palavras: “Os vinhos vão acabar indo para o Extremo Oriente... e eles não parecem se importar”. Com estas constatações, China e megalópole Hong Kong podem abrir suas portas e carteiras, para então abrir as rolhas e degustar os mais desejados do mundo.
Este mercado é certo no momento, mas pode ser inconstante. Se eles diminuírem a compra, o resto não vai comprar. A longo prazo, os problemas estarão instalados pois as portas de outros países podem se fechar.
Bom, contradições a parte, espero mesmo que os produtores ouçam a sua dica de minimização do preço, de barganha ou abaixamento do valor de chegada no mercado, como quiserem, qualquer coisa que façam as cifras descer algum degrau.
Se o Robert Parker acha caro, imaginem nós, meros mortais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário