Os amantes de vinho poderão ter surpresas inusitadas, quando não desagradáveis, na hora de comprar seu vinho, graças a lei controversa que entrará em vigor no Canadá, a partir de 2012. Os consumidores deverão ficar em alerta para os avisos nos rótulos indicando se a sua bebida preferida contém (pasmem): Peixe, ovos ou leite.
Como parte da nova regulamentação de Saúde do Canadá sobre alimentos e bebidas destinados a proteger aqueles que sofrem de alergias ou intolerância aos alimentos, os produtores de bebidas alcoólicas serão obrigados a estampar uma a lista ímpar de ingredientes em seus rótulos, coisas que você esperaria encontrar apenas ao lado da sua taça, e não dentro dela!
O fato é que, a lei considera que muitos produtos de origem animal têm sido empregados como agentes de clarificação, após a fermentação, permitindo a separação do vinho de diversas impurezas, em substituição ou auxílio a filtração. Muitos produtores evitam a filtração severa pois acreditam que muitas partículas pequenas remanescentes no líquido podem colaborar com o sabor e longevidade do produto.
Derivados de peixe (há um utilizado da bexiga de peixe), proteínas do leite ou de ovos brancos, derivados do barro (bentonila) e a gelatina (do tecido conjuntivo do gado) fazem parte deste arsenal de produtos utilizados na clarificação do vinho. Entretanto, estes não estão na lista dos produtos alergênicos. Os críticos e opositores a lei temem que, quando todos estes produtores forem considerados nos rótulos seria como rotulá-los como aditivos, confundindo o consumidor, pois estes produtos são utilizados durante as etapas de fabricação do vinho e não adicionados com finalidade de conservante ou de aroma.
A lei que entra em vigor em 2012 não para por aí, mas também diminui o limite de sulfitos (utilizado para a proteção do vinho), alegando que estes compostos podem ser maléficos a pessoas que sofrem de asma. Então, ai vem a nova frase estampada no rótulo “contém sulfitos”, com menor tolerância aos fabricantes.
O assunto é longo e cheio de entrelinhas, mas os produtores temem uma nova era de rótulos perplexos, consumidores paranóicos e contas astronômicas de laboratório. Desta forma, eles se mostram concisos na decisão de continuar debatendo com o governo para uma maior flexibilidade e sensibilidade desta lei, principalmente com relação a critérios toxicológicos mais bem estabelecidos, quanto aos alergênicos e suas doses.
O fato é que, dando certo ou errado, toda esta iniciativa de rotulagem severa já está dando uma grande dor de cabeça à indústria do vinho.
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